Pense comigo...desde que nascemos temos mochilas, certo? Nossas mães já carregavam nossos bicos, fraldas, ursinhos, agendas da creche, chocalhos e apetrechos mil em uma mochila. Apenas uma digressão: pobres mães...! Levam as coisas delas e as nossas...às vezes só as nossas com as delas dentro. Saem às ruas vestidas com suas roupas de trabalho, carregando ursinhos, lacinhos ou carrinhos estampados em sacos a tiracolo! O fato é que neste momento da vida uma mochila é praticamente indispensável.
Quando vamos para a escola, as fraldas, bicos e apetrechos dão lugar aos lápis, cadernos, estojos, canetinhas...mas tudo isso ainda cabe perfeitamente em uma mochila. Agora elas já podem, pelo menos, ser carregadas por nós, em nossos próprios ombros! Agüenta-se o peso!
A vida passa e as mochilas seguem nos acompanhando...acampamentos, viagens, trilhas, casas de amigos, namorados, praias, serra, mato, rua e muitas mochilas, mochilas, mochilas. Mochilas têm esse quê peculiar de descompromisso. Não são tão pesadas, que não possam ser carregadas para um lado e para outro, e nem tão leves, que não contenham o peso das coisas que se fazem necessárias para uma subsistência temporária.
E assim as mochilas nos acompanham. Com elas nas costas vemos montanhas, rios, mares, areias, cabanas, árvores. Com elas desbravamos paisagens sem nos assentarmos, apenas de passagem. Paisagens de passagem. Há até aqueles que gostam de comprar etiquetas e costurá-las nas lonas das mochilas, como lembrança e como forma de pregar a marca que cada local lhes deixou. A cada partida a mochila se vai, às vezes mais leve, com coisas que deixamos ou esquecemos, às vezes mais pesada, com coisas que ganhamos ou adquirimos.
Acredito, porém, que, em determinado momento, uma paisagem, dentre as tantas outras que já vimos nas andanças, se destaque. Chegamos numa encosta, ou numa praia, ou na serra...cada um chega em um destino que se sobressai aos demais. Chega-se com a intenção de ficar pouco tempo. Chega-se com a intenção de conhecer mais daquele lugar, mas de passagem. Só que algo nos captura. Algo de diferente acontece que nos faz ter vontade de desfrutar uns diazinhos extras.
De repente o verão se vai e não temos mais roupas na mochila. Mas não queremos ir embora do tal lugar antes de ver como é o outono, como são as folhas douradas caídas pelo chão...mas precisamos de roupas de meia estação. Damos um jeito de consegui-las e, assim, desfrutamos do outono em todo seu brilho ensolarado. E não se sabe bem qual o encanto que faz o outono terminar e a vontade de ver o inverno surgir. A paisagem parece ficar mais fascinante a cada dia, ela se modifica e captura nosso desejo de ali estar. Por que não ver o branco do inverno também? Por que não um cobertor, uma xícara de chá e umas meias quentes para ver e sentir o inverno passar? Afinal, para quem já ficou mais tempo do que pretendia, um inverno a mais não fará tanta diferença! Vai-se o inverno... mas depois de ver tudo isso, deixar as flores chegarem sem admirá-las? Deixar de sentir o aroma, de ver as formas, cores e texturas? Deixar tudo isso assim? De repente? Para quem já ficou e foi ficando, uma primavera a mais não vai fazer diferença...um casaquinho, um lenço no pescoço e lá vamos! Quando percebemos já estamos nos vislumbres do verão novamente...e a vontade de ir embora não chega nunca! Quando olhamos para a mochila, ela já está cheia, estufada e, ainda por cima, rodeada de roupas e apetrechos que não mais cabem em seu espaço interno. Que se passa, afinal?
Talvez essa seja a hora de se ter uma mala!
Quando vamos para a escola, as fraldas, bicos e apetrechos dão lugar aos lápis, cadernos, estojos, canetinhas...mas tudo isso ainda cabe perfeitamente em uma mochila. Agora elas já podem, pelo menos, ser carregadas por nós, em nossos próprios ombros! Agüenta-se o peso!
A vida passa e as mochilas seguem nos acompanhando...acampamentos, viagens, trilhas, casas de amigos, namorados, praias, serra, mato, rua e muitas mochilas, mochilas, mochilas. Mochilas têm esse quê peculiar de descompromisso. Não são tão pesadas, que não possam ser carregadas para um lado e para outro, e nem tão leves, que não contenham o peso das coisas que se fazem necessárias para uma subsistência temporária.
E assim as mochilas nos acompanham. Com elas nas costas vemos montanhas, rios, mares, areias, cabanas, árvores. Com elas desbravamos paisagens sem nos assentarmos, apenas de passagem. Paisagens de passagem. Há até aqueles que gostam de comprar etiquetas e costurá-las nas lonas das mochilas, como lembrança e como forma de pregar a marca que cada local lhes deixou. A cada partida a mochila se vai, às vezes mais leve, com coisas que deixamos ou esquecemos, às vezes mais pesada, com coisas que ganhamos ou adquirimos.
Acredito, porém, que, em determinado momento, uma paisagem, dentre as tantas outras que já vimos nas andanças, se destaque. Chegamos numa encosta, ou numa praia, ou na serra...cada um chega em um destino que se sobressai aos demais. Chega-se com a intenção de ficar pouco tempo. Chega-se com a intenção de conhecer mais daquele lugar, mas de passagem. Só que algo nos captura. Algo de diferente acontece que nos faz ter vontade de desfrutar uns diazinhos extras.
De repente o verão se vai e não temos mais roupas na mochila. Mas não queremos ir embora do tal lugar antes de ver como é o outono, como são as folhas douradas caídas pelo chão...mas precisamos de roupas de meia estação. Damos um jeito de consegui-las e, assim, desfrutamos do outono em todo seu brilho ensolarado. E não se sabe bem qual o encanto que faz o outono terminar e a vontade de ver o inverno surgir. A paisagem parece ficar mais fascinante a cada dia, ela se modifica e captura nosso desejo de ali estar. Por que não ver o branco do inverno também? Por que não um cobertor, uma xícara de chá e umas meias quentes para ver e sentir o inverno passar? Afinal, para quem já ficou mais tempo do que pretendia, um inverno a mais não fará tanta diferença! Vai-se o inverno... mas depois de ver tudo isso, deixar as flores chegarem sem admirá-las? Deixar de sentir o aroma, de ver as formas, cores e texturas? Deixar tudo isso assim? De repente? Para quem já ficou e foi ficando, uma primavera a mais não vai fazer diferença...um casaquinho, um lenço no pescoço e lá vamos! Quando percebemos já estamos nos vislumbres do verão novamente...e a vontade de ir embora não chega nunca! Quando olhamos para a mochila, ela já está cheia, estufada e, ainda por cima, rodeada de roupas e apetrechos que não mais cabem em seu espaço interno. Que se passa, afinal?
Talvez essa seja a hora de se ter uma mala!
entre o outono e a primavera;
ResponderExcluirentreo o inverno e o verão;
entre o ir e o ficar;
entre a mochila e a mala;
entre os certos e os (ex)certos;
entre...
e fique com os (dia)rios.
[parabéns, lisi, pela escrita ordinária de cada dia!]
fábio parise