quinta-feira, 21 de maio de 2009

Às vezes o ON some...


Eu sempre achei engraçada a relação professores/tecnologia. Confesso que sentia vontade de rir quando ia assistir a uma aula na qual o professor usaria o data show, ou dvd ou vídeo cassete (quando eu estava no colégio). Eles nunca, mas nunca sabiam mexer nos botões. Era patético, pois sequer sabiam ligar a tv. Ficava pensando: ‘como eles fazem em casa? Justamente lá, onde não tem os técnicos de suporte que as escolas ou universidades oferecem’? E gastava-se nisso uns bons 15 minutos da aula.


A dinâmica era simples: desde o anúncio ‘pessoal, vamos ver um filme’ até a constatação de que a tv não estava funcionando bem – pois não ligava e ficava mostrando aquelas mosquinhas na tela – e o pedido ‘Joãozinho vá lá chamar o cara do audiovisual’, passavam-se uns 8 minutos. Os outros 7 ficavam por conta da locomoção do funcionário até a sala de aula. E o melhor era ver a facilidade com que o cara do audiovisual arrumava uma solução. Ele apertava o ON! Simples assim! Indolor! E a imagem se fazia! Essa parte era meu deleite sádico...não sei por que, mas achava aquilo tudo muito engraçado. Os professores pareciam seres com dificuldades tecnológicas, talvez excluídos digitais.


Nada como um dia após o outro. Se eles pudessem ler meus pensamentos naquela época, hoje, certamente, o deleite sádico estaria ao lado deles. A questão toda é que fui usar o data show estes dias em uma aula. Liguei tudo antes, ajeitei e estava super tranqüila, afinal eu não era uma excluída digital. Tudo pronto, bastava inserir o dvd na hora de passar o documentário, apertar no play e era isso! Pelo menos era isso que deveria ser. Quando chegou esta parte, a de inserir o dvd, quem disse que eu achava o eject para abrir a bandejinha? Sequer achava a bandejinha! Sumiu tudo! Para falar a verdade, nem o play eu encontrava. E logo me veio aquela imagem na cabeça...a dos meus professores que não sabiam mexer com a tecnologia. Mas eu não me daria por vencida, lutaria até o final, sem me entregar!


Olhei, olhei, olhei...mas não estava ali. Sequer o ON eu achava de novo. Aquele maldito círculo cortado ao meio por uma pequena linha vertical havia desaparecido! Deve haver algum tipo de situação extraterrena que faz com que os botões simplesmente fujam quando os professores se aproximam deles. Pior! Eles fogem bem na hora em que 45 pares de olhos te fitam fixamente, esperando pelo filme prometido. E eu pensava secretamente que muitos dos alunos deviam estar pensando que eu era uma analfabeta digital. Deviam, também, estar se perguntando ‘como ela faz em casa? Como liga a tv ou o computador’? Em minha defesa queria poder gritar ‘eu sei fazer isso, tá bom? Só estou tentando achar os botões!’. Sou capaz de jurar que naquele momento sequer haviam botões naquela aparelhagem toda! Eles saem correndo e se escondem, só retornando na presença do funcionário do audiovisual.

Comigo, é claro, não foi diferente. Passaram-se os 15 minutos entre a constatação dura e difícil de que eu não estava conseguindo fazer algo que já fizera mil vezes antes e o funcionário do audiovisual acertar tudo para mim, com aquele risinho de canto de boca. Tenho certeza que é ele que fica de conchavo com os botões...certeza! Ou, se não é ele, são todos os meus professores dos quais algum dia eu ri por não saberem achar o ON. Nada como estar do outro lado do aparelho!

3 comentários:

  1. Lá vai mais uma semana de atestado médico. Quase quebrei as costelinhas já coladas de tanto rir. MUITO BOM esse texto. bjs. Ester

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  2. Lisi... Ai, agora até eu fiquei com medo que os botões fujam de mim quando eu estiver fdo outro lado! Logo eu, que sempre fui uma alfabetizadora digital!!! Hahahahaha
    bjs, Paula

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  3. HAHAHAHAHAHA... Parece que Vi a cena... Muito bom.. Bjin...

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